sexta-feira, dezembro 04, 2015

Dinheiro da Educação e Saúde é desviado na Paraíba.

O Ministério Público Federal (MPF) deflagrou ontem a operação 'Desumanidade', tendo como alvo prefeituras do Sertão do Estado. A suspeita é de desvio de recursos destinados à execução de obras relativas às áreas de saúde e à educação. A investigação apura a existência de um esquema de contratação de empresas do ramo da construção civil para obras não executadas e que teria gerado aos cofres federais prejuízo superior a R$ 800 mil. A Controladoria Geral da União (CGU) acredi- ta que o esquema foi utilizado pelo menos em 13 obras de engenharia no município de Patos. De acordo com a Controla- doria, as investigações constataram que licitações de saúde e educação eram direcionadas a uma determinada empresa que funcionava como fachada para encobrir ilegalidades na execução das obras. Das obras investigas em Patos, onze eram unidades básicas de saúde, uma academia de saúde e uma qua- dra poliesportiva coberta. Os três contratos para execução das obras foram firmados nos anos de 2014 e 2015. A CGU verificou ainda que, de cerca de R$ 3 milhões em recursos federais fiscalizados, foi identificado prejuízo superior a R$ 800 mil. Entre as irregularidades encontradas estão indícios de não recolhimento dos encargos sociais, superfaturamento, pagamento por material não adquirido e por ser- viços não executados, além de direcionamento de processos licitatórios. A operação acon- teceu nos municípios de Emas, João Pessoa, Patos, Bayeux e Cabedelo. Foram cumpridos 24 man- dados de busca e apreensão, dez mandados de condução coercitiva e medidas cautelares para os quatro sócios da empresa investigada. Entre as pessoas encaminhadas ao MPF para prestar esclarecimentos está o prefeito do município de Emas, José William Segundo Madruga (PMDB). 

OUVIDOS 
Além de Segundo Madruga- da, o ex-vice prefeito de Patos Dineldes Possidônio e a atual chefe de gabinete da prefeitura de Patos, Ilana Araújo, foram levados até a sede do MPF na cidade para prestar depoimen- to. Ilana é filha da prefeita de Patos, Francisca Motta (PMDB), e sogra de Segundo Madruga. Já Dineldes Possidônio foi vice-prefeito de Nabor Wanderley (PMDB). Em Cabedelo, um manda- do de busca e apreensão foi cumprido em uma residência localizada em Camboinha, que seria do pai de Segundo Madruga, o ex-prefeito de Emas, José William Madruga. Todo mate- rial apreendido foi encaminha- do para a sede da Procuradoria da República. A operação recebeu o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público da Paraíba (Gaeco) e da Controladoria-Geral da União (CGU). Executaram as medidas dois procuradores regionais da República, seis procuradores da República, 22 promotores de Justiça do Gaeco, 12 auditores da CGU, além da Polícia Rodo- viária Federal (PRF). A procuradoria geral de Patos informou que o município está fornecendo todos os documentos, informações e esclarecimentos necessários à investigação. As investigações ocorrem sob sigilo, por determinação do (TRF5) e por este motivo não foram informados mais detalhes da operação. Esta foi a quarta operação realizada pelo Ministério Público Federal (MPF) este ano no Estado. Na maior delas, a 'Andaime', o MPF investigou um grupo especializado em fraudar licitações em obras e serviços relativos a engenharia. Em todos os casos, há denúncia de fraude em licitação

Justiça condena ex-prefeito por desviar dinheiro público... 
O ex-prefeito de Barra de Santa Rosa Alberto Nepomuceno e o empresário Deczon Farias da Cunha foram condenados a 2 anos de reclusão por decisão da Justiça Federal, por desvio de verbas. A pena foi convertida em prestação pecuniária no valor de dez salários mínimos. Os réus terão ainda de pagar uma indenização de R$ 82.503,32. A sentença foi proferida pelo juiz Rafael Chalegre, da 4ª Vara Federal. De acordo com a ação, os réus são acusados de irregularidades na execução do convênio nº 911/2002 firmado com a Fundação Nacional de Saúde, cujo objeto era a execução do Sistema de Abastecimento de Água no município de Barra de Santa Rosa. A denúncia, do Ministério Público Federal (MPF), apontou que teria havido o direcionamento do procedimento licitatório em favor da empresa Transamérica Construtores Associados Ltda., de responsabilidade de Deczon Cunha. Na sentença o juiz afirma que "restou comprovado que o acusado Alberto Nepomuceno realizou despesas referentes ao convênio nº 911/2002 firmado com a Funasa em completo desacordo com as normas financeiras pertinentes, beneficiando a empresa Transamérica e, em consequência, o coacusado Deczon Farias da Cunha, vez que os valores referentes à obra conveniada foram pagos, sem a proporcional contraprestação". Para o magistrado, a realização de pagamento antecipado consistiu no meio utilizado pelo ex-prefeito para concretizar a conduta de desviar verba pública em proveito de terceiro.

MPPB aciona ex-gestor por irregularidades...
O Ministério Público do Estado entrou com ação criminal contra o ex-prefeito de Paulista Sabiniano Fernandes de Medeiros, acusado de várias irregularidades come- tidas quando esteve à frente da administração municipal. A denúncia teve origem num acórdão do Tribunal de Contas do Estado, que condenou o gestor por despesas sem com- provação com doações de cestas básicas, óculos e materiais de construção a supostas pessoas carentes, com destaque para a existência irregular de “servidores efetivos beneficia- dos com doações”. De acordo com o processo, de janeiro a dezembro de 2008, o então prefeito “utilizou-se, indevidamente e em proveito alheio, de bens e rendas públicos, bem como dispensou licitação fora das hipóteses previstas em lei.