Efeito "ioiô" nas prefeituras tem elevado o caos administrativo em vários municípios...
O rodízio no comando dos
municípios da Paraíba com
afastamentos de prefeitos,
posse de vice ou do segundo
colocado nas eleições e depois
o retorno do chefe do Executivo tem provocado caos na
administração pública com a
paralisação dos serviços essenciais, atraso no pagamento dos salários dos servidores
e fornecedores e demissões
em massa, além da insegurança jurídica, prejudicando
a população. Em 10 cidades, o
caso mais emblemático é Santa Rita, no Litoral paraibano.
Eleitos prefeitos e vice-prefeito, Reginaldo Pereira (PRP)
e Severino Alves Filho (PR), o
Netinho de Várzea Nova (PR),
respectivamente, se revezam
na chefia do Executivo desde
março de 2014. O resultado do
“efeito ioiô” no comando da
“Terra do Canavial” foi a interdição de 20 Postos de Saúde da
Família (PSFs) pelo Conselho
Regional de Medicina, lixo nas
ruas, greve de servidores da
Saúde e Educação e ausência
de merenda escolar, entre ou-
tros problemas. A Justiça teve
até que determinar o bloqueio
de recursos da prefeitura para
pagar os vencimentos atrasa-
dos do funcionalismo.
A briga é tão grande que
Netinho, quando estava no
cargo de vice-prefeito, chegou
a bater às portas do Judiciário
para receber cinco meses de
salários atrasados. Reginaldo
alegava que não tinha dinheiro
para pagar o salário do desa-
feto. O juiz Gustavo Procópio
Bandeira de Melo acatou a
ação de Netinho e determinou
o pagamento. No despacho,
criticou a disputa política.
"É
fato amplamente conhecido
dos munícipes que o principal
ponto fático da questão não é
a ausência de verba orçamentária, mas uma ferrenha guer-
ra política, infelizmente levada
para o coração, ao arrepio da
necessária separação entre o
interesse público e o interesse
privado/partidário do gover-
nante”, sentenciou o magis-
trado. Netinho reassumiu a
prefeitura em setembro deste
ano. O primeiro ato foi demi-
tir 371 comissionados, que
correspondiam a um custo
mensal de aproximadamente
R$ 727 mil, segundo dados do
Sagres (TCE-PB).
Em Soledade, no Agreste,
o prefeito José Bento (PT) e a
vice Fabiana Gouveia (PMDB)
foram cassados em julho de
2013. Um ano e quatro meses
depois, eles reassumiram. O
petista diz que até hoje a ad-
ministração sente efeito da
passagem do ex-prefeito Flávio
Aureliano (PT do B).
Em Barra de Santana, o
vereador Amaury Ferreira,
então presidente da Câma-
ra, foi o prefeito em exercício
durante um ano e 55 dias.
No período, evitou assinar
muitos convênios, contrair
empréstimos e outras ações
significativas. Só no final de
fevereiro de 2014, o prefeito
Joventino de Tião (PSB) as-
sumiu a chefia do Executivo.
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