sexta-feira, maio 06, 2016

‘Golpe das férias’ no Detran. Três servidores desviam R$ 6 milhões.

Três servidores desviam R$ 6 milhões. Corregedoria apurou que acusados gastaram parte do dinheiro em luxos e viagens internacionais... 

Três funcionários do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PB) foram afastados e estão sendo investigados por desviarem da folha de pagamento dos servidores um montante que pode chegar a R$ 6 milhões. A corregedoria do órgão acredita que pode haver a participação de outros funcionários. Ainda não existe inquérito policial instaurado, mas o corregedor Valberto Lira Filho, que também é delegado da Polícia Civil, disse que cinco crimes estão confi gurados na ação dos investigados, que podem resultar em mais de 30 anos de prisão. Já o dinheiro desviado, parte dele não tem como ser recuperado, segundo o corregedor. Eles são lotados na divisão de Recursos Humanos do órgão e usavam a função para produzir falsos pagamentos de férias e abonos previdenciários no cadastro dos mais de mil servidores e transferir o despagamento desses benefícios para suas contas pessoais. 

“Eles detectavam pessoas que teriam direito a férias naquele mês, mas que não iriam gozar do descanso e emitiam o pagamento, sendo que o depósito não iria para a conta desse servidor e sim para as contas pessoais deles. Quando chegasse o mês em que o servidor gozaria férias de fato, os acusados procuravam outros que tinham completado o tempo de férias naquele mês e transferiam os recursos. Eles iam manobrando, de forma que nunca se dava falta do dinheiro roubado”, explicou Valberto Lira. 

Segundo o corregedor, os funcionários investigados tinham salários que variavam entre R$ 10 mil e R$ 12 mil. “Já enviamos ofício para a Delegacia Geral da Polícia Civil, solicitando a abertura de um inquérito, para apurar a responsabilidade criminal. Também teremos uma ação civil, para tratar dos danos ao erário público, saber o que existe desse dinheiro investido e que pode ser recuperado, já que grande parte dos recursos foram gastos em situações que não configuravam compra de bens duráveis”, acrescentou Valberto. A reportagem tentou conseguir os nomes dos investigados, mas diretoria do Detran-PB não os divulgou. Só um dos investigados conseguiu R$ 150 mil reais nos três primeiros meses deste ano. “Parte desse dinheiro era utilizado para manter uma vida de luxo, com viagens nacionais e internacionais, com grandes grupos de familiares, carros de luxo e apartamentos em bairros nobres da Capital”, contou Valberto.  JC