Três servidores desviam R$ 6 milhões. Corregedoria apurou que acusados gastaram parte do dinheiro em luxos e viagens internacionais...
Três funcionários do Departamento
Estadual de
Trânsito (Detran-PB) foram
afastados e estão sendo investigados
por desviarem da
folha de pagamento dos servidores
um montante que pode
chegar a R$ 6 milhões. A
corregedoria do órgão acredita
que pode haver a participação
de outros funcionários.
Ainda não existe inquérito
policial instaurado, mas o
corregedor Valberto Lira Filho,
que também é delegado
da Polícia Civil, disse que cinco
crimes estão confi gurados
na ação dos investigados, que
podem resultar em mais de 30
anos de prisão. Já o dinheiro
desviado, parte dele não tem
como ser recuperado, segundo
o corregedor.
Eles são lotados na divisão
de Recursos Humanos do órgão
e usavam a função para
produzir falsos pagamentos
de férias e abonos previdenciários
no cadastro dos mais de
mil servidores e transferir o despagamento
desses benefícios
para suas contas pessoais.
“Eles detectavam pessoas
que teriam direito a férias naquele
mês, mas que não iriam
gozar do descanso e emitiam
o pagamento, sendo que o depósito
não iria para a conta
desse servidor e sim para as
contas pessoais deles. Quando
chegasse o mês em que o
servidor gozaria férias de fato,
os acusados procuravam
outros que tinham completado
o tempo de férias naquele
mês e transferiam os recursos.
Eles iam manobrando, de
forma que nunca se dava falta
do dinheiro roubado”, explicou
Valberto Lira.
Segundo o corregedor, os
funcionários investigados
tinham salários que variavam
entre R$ 10 mil e R$ 12
mil. “Já enviamos ofício para
a Delegacia Geral da Polícia
Civil, solicitando a abertura
de um inquérito, para apurar
a responsabilidade criminal.
Também teremos uma ação
civil, para tratar dos danos
ao erário público, saber o que
existe desse dinheiro investido
e que pode ser recuperado,
já que grande parte dos
recursos foram gastos em
situações que não configuravam
compra de bens duráveis”,
acrescentou Valberto.
A reportagem tentou conseguir
os nomes dos investigados,
mas diretoria do
Detran-PB não os divulgou.
Só um dos investigados conseguiu
R$ 150 mil reais nos
três primeiros meses deste ano. “Parte desse dinheiro
era utilizado para manter uma
vida de luxo, com viagens nacionais
e internacionais, com grandes grupos de familiares,
carros de luxo e apartamentos
em bairros nobres da Capital”,
contou Valberto. JC