sábado, julho 16, 2016

Descrença nos políticos projeta abstenção recorde.


Na Paraíba.
Envolvimento de políticos em escândalos de corrupção faz população perder a vontade de votar...

A queda de participação popular nas eleições não é novidade. Entre 2008 e 2014 a abstenção na Paraíba cresceu 40,6%. Mas, com a atual crise de credibilidade, a classe política pode amargar novo patamar negativo na ‘audiência’. Falta estímulo para o eleitor ir às urnas... 

A descrença da população na classe política brasileira deve contribuir para o aumento das abstenções nas eleições deste ano na Paraíba. Mesmo com a obrigatoriedade de voto, as pessoas acham que sair de casa para votar é perda tempo e gasto de dinheiro. E afirmam que não vale à pena exercer o direito e dever de votar nos candidatos que concorrem aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador de seus municípios, por não atenderem os anseios da coletividade. Isso tem contribuído para o crescimento do índice de abstenção no Estado, que das eleições 2008 para 2014 teve um aumento de 40,68%. A alternativa para os que não vão votar será o pagamento de uma multa simbólica, no valor de R$ 3,50, cobrada pela justiça Eleitoral aos que deixam de votar para regularizar a situação e receber a quitação eleitoral. Ou no caso, de comparecer às urnas, anular o voto ou votar em branco. As pessoas preferem cada vez mais ficarem afastadas da política. Diante do histórico do aumento da abstenção, a expectativa de especialista é que nas eleições deste ano, a ausência do eleitor será ainda maior do que nos últimos quatro pleitos, que sai de 13,39% para 17,65%. 

Ameaça à democracia
Para o juiz Breno Wanderley César Segundo, integrante do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) e diretor de Escola Judiciária Eleitoral da Paraíba (EJE-PB), o aumento do número de abstenções devido o fato do povo estar desmotivado e descrente com a classe política, deve aumentar. “Se nas eleições passadas o índice foi alto, esse ano tende a crescer principalmente com as constantes notícias dos escândalos políticos, como o da Petrobrás e tantos outros”, comentou o magistrado. De acordo com o magistrado, com a abstenção a democracia acaba vulnerabilizada e isso pode ter como conseqüência o questionamento sobre as eleições e a própria legitimidade dos eleitos. Segundo ele, a Justiça Eleitoral está fazendo a parte dela, por meio de toda uma propaganda institucional voltada à importância da participação do eleitor, para ele ser responsável pela fiscalização das eleições. Como também, destinada à orientação pela escolha de candidatos ficha limpa, da importância do exercício do direito do voto como mecanismo de mudança.
Jornal Correio.