Na Paraíba.
Envolvimento de políticos em escândalos de corrupção faz população perder a vontade de votar...
A queda de participação popular
nas eleições não é novidade.
Entre 2008 e 2014 a abstenção na
Paraíba cresceu 40,6%. Mas, com
a atual crise de credibilidade,
a classe política pode amargar
novo patamar negativo na
‘audiência’. Falta estímulo para o
eleitor ir às urnas...
A descrença da população
na classe política brasileira
deve contribuir para
o aumento das abstenções
nas eleições deste ano na
Paraíba. Mesmo com a
obrigatoriedade de voto,
as pessoas acham que sair
de casa para votar é perda
tempo e gasto de dinheiro.
E afirmam que não vale à
pena exercer o direito e dever
de votar nos candidatos
que concorrem aos cargos
de prefeito, vice-prefeito e
vereador de seus municípios,
por não atenderem os
anseios da coletividade.
Isso tem contribuído para
o crescimento do índice
de abstenção no Estado, que
das eleições 2008 para 2014
teve um aumento de 40,68%.
A alternativa para os que
não vão votar será o pagamento
de uma multa simbólica,
no valor de R$ 3,50,
cobrada pela justiça Eleitoral
aos que deixam de votar
para regularizar a situação
e receber a quitação eleitoral.
Ou no caso, de comparecer
às urnas, anular o
voto ou votar em branco. As
pessoas preferem cada vez
mais ficarem afastadas da
política. Diante do histórico
do aumento da abstenção, a
expectativa de especialista
é que nas eleições deste
ano, a ausência do eleitor
será ainda maior do que nos
últimos quatro pleitos, que
sai de 13,39% para 17,65%.
Ameaça à democracia
Para o juiz Breno Wanderley
César Segundo,
integrante do Tribunal Regional
Eleitoral da Paraíba
(TRE-PB) e diretor de
Escola Judiciária Eleitoral
da Paraíba (EJE-PB), o aumento
do número de abstenções
devido o fato do
povo estar desmotivado e
descrente com a classe política,
deve aumentar. “Se
nas eleições passadas o índice
foi alto, esse ano tende
a crescer principalmente
com as constantes notícias
dos escândalos políticos,
como o da Petrobrás e tantos
outros”, comentou o magistrado. De acordo com o magistrado,
com a abstenção a democracia
acaba vulnerabilizada
e isso pode ter como conseqüência
o questionamento
sobre as eleições e a própria
legitimidade dos eleitos.
Segundo ele, a Justiça
Eleitoral está fazendo a parte
dela, por meio de toda
uma propaganda institucional
voltada à importância
da participação do eleitor,
para ele ser responsável pela
fiscalização das eleições.
Como também, destinada à
orientação pela escolha de
candidatos ficha limpa, da
importância do exercício do
direito do voto como mecanismo
de mudança.
Jornal Correio.