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Uma ‘guerra’ está sendo travada nos
bastidores políticos da Paraíba tendo em vista as eleições gerais de
2018. A ‘guerra’ por votos começa na Capital e tem ramais que seguem
para as regiões do Litoral Norte, Litoral Sul, Vale do Paraíba, Brejo,
Campina Grande, Cariri, Curimataú, Sertão e Alto Sertão.
Em disputa, estão mais de 2,8 milhões de
votos, uma vaga de governador, uma de vice, duas de senador, 12 cadeiras
na Câmara Federal e 36 assentos na Assembleia Legislativa da Paraíba.
Em busca desses votos já estão os
prefeitos de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD), e de Campina Grande,
Romero Rodrigues (PSDB). Eles almejam a vaga de Ricardo Coutinho (PSB)
no Palácio da Redenção. Também está no páreo para governador o atual
secretário de Estado, João Azevedo (PSB), com as bênçãos do governador.
Por enquanto, esses são os nomes que pleiteiam a cadeira de Chefe do
Poder Executivo.
Os três postulantes ao cargo de
governador têm percorrido os municípios paraibanos. Participam de festas
e de atos políticos. Articulam com as lideranças locais, prometem e
recebem promessas de votos. Além do mais, a propaganda institucional das
prefeituras de João Pessoa e Campina Grande, bem como do Govenro do
Estado, invade os lares dos eleitores pela televisão, rádio e internet.
Outros nomes devem surgir no mesmo
rastro. Um deles pode ser o senador Cássio Cunha Lima (PSDB), que, a
preço de hoje, é candidato à reeleição. Outro candidato à reeleição é
Raimundo Lira (PMDB).
Quem também se articula para disputar uma
vaga de senador é o ex Wilson Santiago (PTB). Mas a maior disputa
ocorre nas esferas da Câmara Federal e da Assembleia Legislativa. Em
relação à Câmara, os 12 deputados atuais e alguns suplentes bem votados
nas últimas eleições já estão em campo. A mesma coisa ocorre com os 36
deputados.
Alguns deles- Gervásio Maia (PSB), João
Henrique (DEM) e Lindolfo Pires (Pros)- sonham com uma vaga na Câmara.
No entanto, só está certa, até agora, a pré-candidatura de Gervásio
Maia, que faz estremecer o atual quadro formado pelos 12 parlamentares.
‘Guerra entre os Wanderley’
Em Patos, a ‘guerra’ ocorre no seio da
família Wanderley, que hoje tem com mandatos o prefeito Dinaldinho
Wanderley (PSDB), o deputado estadual Nabor Wanderley e o deputado
federal Hugo Motta Wanderley, ambos do PMDB.
Os dois parlamentares – pai e filho- são
adversários do primo prefeito que planeja lançar uma chapa familiar para
se contrapor aos parentes peemedebistas. Neste caso, a chapa seria
formada pelo pai do prefeito, o ex-prefeito e ex-deputado Dinaldo
Wanderley para federal e pela esposa, Mirna, ou pela mãe do gestor, Edna
Wanderley, para estadual. Nada está definido, pelo menos publicamente.
Se lançar o pai e a mãe (ou sua esposa)
para federal e estadual, Dinaldinho neutraliza a força de Hugo Motta e
Nabor em Patos, onde haveria uma divisão mais ou menos igual dos cerca
de 80 mil votos. O eleitorado de Patos é suficiente para eleger dois ou
até três estaduais, mas não elege um federal. Neste caso, Dinaldo e Hugo
teriam que buscar votos em outros municípios. É o que já estão fazendo.
Temor de invasão às bases políticas.
Os demais deputados federais têm
percorrido o Estado na tentativa de segurar as lideranças que lhes darão
votos. O medo deles é que novos candidatos tomem seus espaços, invadam
suas bases, conquistem suas lideranças. “Não podemos bobear”, disse um
deputado que não quis se identificar.
Em Campina Grande, o segundo maior
colégio eleitoral do Estado, é certo que os deputados Pedro Cunha Lima
(PSDB), Veneziano Vital do Rêgo (ainda no PMDB), Aguinaldo Ribeiro (PP),
Rômulo Gouveia (PSD) e Damião Feliciano (PDT) estarão na disputa pela
reeleição em 2018. Todos eles têm bases sólidas.
Em João Pessoa, o PT vai priorizar a
candidatura do padre Luiz Couto, mais uma vez, embora algumas tendências
do partido defendam a candidatura dele ao Senado.
O deputado André Amaral – que era
suplente e ganhou a titularidade com a renúncia de Manoel Júnior (PMDB),
que se tornou vice-prefeito de João Pessoa- se articula para disputar a
reeleição pelo PMDB, embora não esteja entre os nomes favoritos. No
entanto, pode surporeender.
Os deputados Wilson Filho (PTB), Benjamin
Maranhão (SD), Wellington Roberto (PR) e Efraim Filho (DEM) tentam
segurar suas bases a todo custo. Constantemente estão em contato com os
prefeitos, ex-prefeitos, vereadores e outras lideranças que os apoiam.
Assim como os outros deputados, eles
temem ameaças como o ex-deputado Vituriano de Abreu (PMDB), o suplente
de senador Deca do Atacadão (PSDB), Dinaldo Wanderley (PSDB), Gervásio
Maia (PSB), Edvaldo Rosas (PSB), Leonardo Gadelha (PSC), Lindolfo Pires
(Pros), Evaldo Costa (PSB), Roberto Paulino (PMDB), Ruy Carneiro (PSDB),
entre outros nomes.
É certo que nem todos os 12 deputados
atuais vão retornar à Câmara Federal. Alguns analistas políticos avaliam
que heverá uma renovação de pelo menos 50% na bancada federal da
Paraíba em 2018.
Para a Assembleia Legislativa da Paraíba
(ALPB), o quadro é parecido. Os deputados têm passado grande parte do
tempo no interior.
Alguns estão ficando gordos de tanto
comer nas visitas aos municípios. Outros estão dormindo de madrugada e
acordando cedo para atender aos eleitores.
“Somos praticamente obrigados a comer por
onde passamos. Se não comemos, as pessoas pensam que estamos com nojo,
que queremos ser melhor que elas. Fui a uma cidade e três galinhas de
capoeira foram servidas. Não resisti e tive de comer”, afirmou um
parlamentar estadual acostumado a dormir antes das 21h. Já é possível
constatar prefeitos trocando de deputado. Foi o que aconteceu no
município de Maturéia, na Serra do Teixeira. Jornal Correio