sábado, agosto 05, 2017

Pré-candidatos invadem interior.

2018. Disputa por votos movimenta a política a partir de JP; deputados são ameaçados por líderes sem mandato.
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Uma ‘guerra’ está sendo travada nos bastidores políticos da Paraíba tendo em vista as eleições gerais de 2018. A ‘guerra’ por votos começa na Capital e tem ramais que seguem para as regiões do Litoral Norte, Litoral Sul, Vale do Paraíba, Brejo, Campina Grande, Cariri, Curimataú, Sertão e Alto Sertão.

Em disputa, estão mais de 2,8 milhões de votos, uma vaga de governador, uma de vice, duas de senador, 12 cadeiras na Câmara Federal e 36 assentos na Assembleia Legislativa da Paraíba.

Em busca desses votos já estão os prefeitos de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD), e de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSDB). Eles almejam a vaga de Ricardo Coutinho (PSB) no Palácio da Redenção. Também está no páreo para governador o atual secretário de Estado, João Azevedo (PSB), com as bênçãos do governador. Por enquanto, esses são os nomes que pleiteiam a cadeira de Chefe do Poder Executivo.

Os três postulantes ao cargo de governador têm percorrido os municípios paraibanos. Participam de festas e de atos políticos. Articulam com as lideranças locais, prometem e recebem promessas de votos. Além do mais, a propaganda institucional das prefeituras de João Pessoa e Campina Grande, bem como do Govenro do Estado, invade os lares dos eleitores pela televisão, rádio e internet.

Outros nomes devem surgir no mesmo rastro. Um deles pode ser o senador Cássio Cunha Lima (PSDB), que, a preço de hoje, é candidato à reeleição. Outro candidato à reeleição é Raimundo Lira (PMDB).

Quem também se articula para disputar uma vaga de senador é o ex Wilson Santiago (PTB). Mas a maior disputa ocorre nas esferas da Câmara Federal e da Assembleia Legislativa. Em relação à Câmara, os 12 deputados atuais e alguns suplentes bem votados nas últimas eleições já estão em campo. A mesma coisa ocorre com os 36 deputados.

Alguns deles- Gervásio Maia (PSB), João Henrique (DEM) e Lindolfo Pires (Pros)- sonham com uma vaga na Câmara. No entanto, só está certa, até agora, a pré-candidatura de Gervásio Maia, que faz estremecer o atual quadro formado pelos 12 parlamentares.

‘Guerra entre os Wanderley’
Em Patos, a ‘guerra’ ocorre no seio da família Wanderley, que hoje tem com mandatos o prefeito Dinaldinho Wanderley (PSDB), o deputado estadual Nabor Wanderley e o deputado federal Hugo Motta Wanderley, ambos do PMDB.

Os dois parlamentares – pai e filho- são adversários do primo prefeito que planeja lançar uma chapa familiar para se contrapor aos parentes peemedebistas. Neste caso, a chapa seria formada pelo pai do prefeito, o ex-prefeito e ex-deputado Dinaldo Wanderley para federal e pela esposa, Mirna, ou pela mãe do gestor, Edna Wanderley, para estadual. Nada está definido, pelo menos publicamente.

Se lançar o pai e a mãe (ou sua esposa) para federal e estadual, Dinaldinho neutraliza a força de Hugo Motta e Nabor em Patos, onde haveria uma divisão mais ou menos igual dos cerca de 80 mil votos. O eleitorado de Patos é suficiente para eleger dois ou até três estaduais, mas não elege um federal. Neste caso, Dinaldo e Hugo teriam que buscar votos em outros municípios. É o que já estão fazendo.

Temor de invasão às bases políticas.
Os demais deputados federais têm percorrido o Estado na tentativa de segurar as lideranças que lhes darão votos. O medo deles é que novos candidatos tomem seus espaços, invadam suas bases, conquistem suas lideranças. “Não podemos bobear”, disse um deputado que não quis se identificar.

Em Campina Grande, o segundo maior colégio eleitoral do Estado, é certo que os deputados Pedro Cunha Lima (PSDB), Veneziano Vital do Rêgo (ainda no PMDB), Aguinaldo Ribeiro (PP), Rômulo Gouveia (PSD) e Damião Feliciano (PDT) estarão na disputa pela reeleição em 2018. Todos eles têm bases sólidas.

Em João Pessoa, o PT vai priorizar a candidatura do padre Luiz Couto, mais uma vez, embora algumas tendências do partido defendam a candidatura dele ao Senado.

O deputado André Amaral – que era suplente e ganhou a titularidade com a renúncia de Manoel Júnior (PMDB), que se tornou vice-prefeito de João Pessoa- se articula para disputar a reeleição pelo PMDB, embora não esteja entre os nomes favoritos. No entanto, pode surporeender.

Os deputados Wilson Filho (PTB), Benjamin Maranhão (SD), Wellington Roberto (PR) e Efraim Filho (DEM) tentam segurar suas bases a todo custo. Constantemente estão em contato com os prefeitos, ex-prefeitos, vereadores e outras lideranças que os apoiam.

Assim como os outros deputados, eles temem ameaças como o ex-deputado Vituriano de Abreu (PMDB), o suplente de senador Deca do Atacadão (PSDB), Dinaldo Wanderley (PSDB), Gervásio Maia (PSB), Edvaldo Rosas (PSB), Leonardo Gadelha (PSC), Lindolfo Pires (Pros), Evaldo Costa (PSB), Roberto Paulino (PMDB), Ruy Carneiro (PSDB), entre outros nomes.

É certo que nem todos os 12 deputados atuais vão retornar à Câmara Federal. Alguns analistas políticos avaliam que heverá uma renovação de pelo menos 50% na bancada federal da Paraíba em 2018.

Para a Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), o quadro é parecido. Os deputados têm passado grande parte do tempo no interior.

Alguns estão ficando gordos de tanto comer nas visitas aos municípios. Outros estão dormindo de madrugada e acordando cedo para atender aos eleitores.

“Somos praticamente obrigados a comer por onde passamos. Se não comemos, as pessoas pensam que estamos com nojo, que queremos ser melhor que elas. Fui a uma cidade e três galinhas de capoeira foram servidas. Não resisti e tive de comer”, afirmou um parlamentar estadual acostumado a dormir antes das 21h. Já é possível constatar prefeitos trocando de deputado. Foi o que aconteceu no município de Maturéia, na Serra do Teixeira. Jornal Correio