Se as escolas públicas da área urbana
já sofrem com pouca infraestrutura, o
quadro piora na zona rural. Lá, há algumas
que não têm água, luz ou esgoto. Várias não
contam com banheiro dentro do prédio.
Na Paraíba, pelo menos 128 escolas rurais
sofrem dessa maneira. Em nenhum dos
10 municípios com maior número de
matrículas na zona rural a meta do Ideb foi
alcançada por todas as escolas.
As dificuldades de quem estuda em escolas localizadas na zona rural da Paraíba vão desde a precariedade na infraestrutura física, a falta de materiais didáticos e a atuação de professores sem a formação adequada. O resultado se reflete diretamente na qualidade do ensino e rendimento dos alunos. Em nenhum dos dez municípios com o maior número de matrículas em escolas da zona rural paraibana, a meta do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), de 2015, foi alcançada por todas as unidades educacionais.
O descaso com as escolas da zona rural é tanto que, atualmente, há 128 unidades na rede pública da Paraíba sem infraestrutura adequada, como água tratada, rede de esgoto, energia elétrica e banheiro dentro do colégio. A informação é do Movimento Todos Pela Educação. Em 2007, a entidade identificou 360 escolas nesta situação.
“A relação com aprendizado é direta - uma infraestrutura mais completa dá mais possibilidade de aprendizado para os alunos, inclusive por garantir melhor condição de trabalho ao professor”, lembrou o gerente de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação, Gabriel Correa..
O município de Santa Rita, na Região Metropolitana de João Pessoa, concentra o segundo maior número de matrículas nas escolas da zona rural. No último Censo Escolar, em 2016, eram 4.906 registros distribuídos em 14 unidades de ensino. Mas, os resultados dos últimos exames de avaliação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) não são animadores. Só três dessas escolas conseguiram alcançar a meta do Ideb 2015 e oito ficaram abaixo da meta. As demais não participaram da Prova Brasil, que integra o resultado do índice.
Mãe de três filhos, a dona de casa Graça Joaquim não teve oportunidade de estudo e luta para que Krislânia, Brena e Bruno tenham um futuro com mais oportunidades. Porém, os entraves para o acesso à educação dos adolescentes são muitos. “A mais velha teve que morar em Rio Tinto porque aqui não tinha ônibus escolar para ela fazer o Ensino Médio em Santa Rita. Já os outros dois estudam aqui perto, mas a escola é muito precária”, revelou a dona de casa, que mora com a família na comunidade rural de Lerolândia, em Santa Rita.
Brena do Nascimento, 5 anos, e Bruno do Nascimento 13, são alunos da Escola Municipal Paulo Jorge Rodrigues de Lima. O colégio não alcança a meta do Ideb desde 2013 e os resultados do último Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) mostraram que os estudantes de ensino não sabem o básico das disciplinas de Português e Matemática.. Sem resposta. O jornal procurou, por meio da assessoria de comunicação, a Secretaria de Estado de Educação, e as Secretarias de Educação de Santa Rita e Campina Grande, mas, até o fechamento da edição, não houve retorno. Jornal Correio