quarta-feira, maio 16, 2018

Boqueirão: com açude e sem água.

“O racionamento acabou para todo mundo, menos para a gente. Quando estava no racionamento era bom porque a gente sabia quando chegava e agora fica sempre nessa correria”. A declaração é da aposentada Eliane Apolinário, que mora na cidade de Boqueirão, onde está o açude Epitácio Pessoa, responsável pelo abastecimento de 19 municípios, entre eles Campina Grande. 

De acordo com ela, as torneiras ficam secas a maior parte do dia e, muitas vezes, passam o dia inteiro sem abastecimento. Os vasilhames não deixaram de ser utilizados para guardar água para os afazeres domésticos. 

“As vezes chega água de tarde, as vezes chega de noite e as vezes não chega. A gente nunca sabe quando tem água, tem sempre que ficar abrindo a torneira para encher os tonéis e as bacias”, reclamou a aposentada. 

Ela mora no bairro Bela Vista, tido como ponto alto de Boqueirão. Os moradores acreditam que este fato esteja dificultando a chegada da água. Além de Bela Vista, o bairro Malvinas também convive com o problema. 

A comerciária, Luciana da Silva, falou que acompanha o caso, enquanto vê moradores de outros bairros jogando água fora. “Assim não dá. Tem muito desperdiço de água, gente que deixa torneira aberta, gente lavando carro, vejo isso direto. A gente morando na cidade do açude, as pessoas acreditam que está cheio e não economizam”, lamentou. 

Ela ainda lembrou que as comportas estão abertas jogando recursos hídricos para o açude Acauã, que. já está com 26.261.127 metros cúbicos, o que representa 10,38% de sua capacidade e está em estado de observação, já tendo saído da situação crítica. 

O gerente regional da Cagepa, Ronaldo Meneses, informou que não sabia dos problemas com abastecimento em Boqueirão. Ele afirmou que providências serão tomadas, buscando a origem para que o problema seja resolvido. “Vamos enviar engenheiros para os locais para verificar a situação, se é problema pontual ou necessidade de expansão do sistema. As vezes, a cidade cresce além do nosso conhecimento e precisamos expandir o sistema”, explicou. Jornal Correio